O que é Oftalmopatia de Graves?
Oftalmopatia de Graves (OG) é a alteração da órbita provocada por uma doença da glândula tireóide, na maioria das vezes, o hipertireoidismo. A presença do hipertireoidismo é um importante fator para o surgimento da doença ocular, mas existem outros que também estão ligados ao desencadeamento dessas alterações, como o stress e o fumo. Aliás, este último é um fator responsável tanto para a piora do quadro ocular, como da falha na resposta ao tratamento clínico.
A Oftalmopatia de Graves caracteriza-se por um deslocamento do globo ocular para frente (chamado de proptose) de um ou dos dois olhos. Isso ocorre devido a um aumento dos músculos oculares, que se tornam mais espessos, mas pode também ser causado por um acúmulo anormal de gordura na porção orbitária atrás dos olhos. Como a órbita é uma caixa óssea que não se distende, esse aumento do músculo e/ou da gordura provoca o deslocamento do globo ocular para fora.
Sintomas
- Deslocamento do globo ocular para fora;
- Retração ou um leve edema da pálpebra superior;
- Desconforto atrás do olho na forma de dor ou peso;
- Lacrimejamento e/ou sintomas de olho seco.
Em casos mais graves, também nota-se:
- Diplopia (“visão dupla”);
- Úlcera de córnea;
- Baixa de visão.
Diagnóstico
O diagnóstico da OG é realizado através de exames laboratoriais e de imagem, quando necessários. A dosagem de hormônios da tireóide e de anticorpos relacionados a ela ajuda no diagnóstico da doença tireoidiana. Usualmente o T4 está elevado e o TSH está baixo. Os anticorpos anti-tireoperoxidase, anti-tireoglobulina e TRAB (anticorpo anti-receptor de tireoglobulina) estão elevados. Embora não seja tão frequente, alguns casos de OG podem cursar com hipotireoidismo e em outros os exames podem estar normais. Ou seja, os sintomas oculares precedem o aparecimento da doença da tireóide.
O desenvolvimento dos exames de imagem facilitou nosso entendimento da evolução da doença e contribuiu para o estadiamento e planejamento do tratamento. Um dos métodos mais simples, baratos e com bons resultados quando executado por profissionais especializados é a ultrassonografia de órbita. Além de detectar a presença do espessamento do músculo, ela avalia se há ou não inflamação no mesmo.
A tomografia é um exame mais complexo e envolve o uso de radiação. Portanto, não está indicado para todos os pacientes. Além de medir o espessamento dos músculos, a tomografia avalia a posição do globo ocular e do nervo óptico, enquanto que a ressonância fornece informação mais detalhada dessas estruturas e tem ajudado a estadiar a fase em que se encontra a doença.
Tratamento
O tratamento da OG deve ser sempre em conjunto. Cabe ao oftalmologista e ao endocrinologista, em conjunto, a escolha do melhor tratamento.
Primordialmente, foca-se no controle endocrinológico:
- Uso de medicações;
- Uso de iodo radioativo;
- Ou completa remoção da glândula tireóide.
Então, há o tratamento direcionado diretamente à região óptica:
- Uso de lubrificantes oculares (colírio ou gel);
- Cirurgia somente para casos em que não houver melhora do quadro ocular com o tratamento clínico.